Era uma vez. Gosto quando as estórias começam assim. Gosto mais ainda quando não conheco bem o que quero contar. Mas, segundo os resquícios da minha memória, é qualquer coisa assim...
Era uma vez uma menina. Uma menina como todas as outras meninas.
Para dizer a verdade, muito pouco posso contar sobre os primeiros anos de vida dessa menina. Sei que vem de um pais africano, um desses paises que ainda não conheco mas que já há muito chama por mim.
Vim a conhecer essa menina uns anos mais tarde, bem, alguns anos bem mais tarde quando os nossos caminhos se cruzaram naquele país onde tudo é tão quente, tão saboroso e indescritível e tão diferente desta velha Europa a que estamos habituados. Lembro-me bem que a minha primeira impressão não foi das mais simpáticas, “de onde vem este piolho eléctrico que não pára nunca?”. Mas depois com o passar do tempo, as trocas de palavras, umas mais simpáticas do que outras – principalmente da minha parte e durante as primeiras horas da manhã... – com os mesmo interesses em actividades mundanas, fomo-nos aproximando, eu pouco a pouco, a menina com toda a energia e loucura que lhe é bastante característica.
Depois veio um novo período. Uma nova escola, um novo país, que apesar de ser o meu era-me completamente desconhecido, e os caminhos voltaram a separar-se. De vez em quando lá acontecia uma parca troca de palavras no bairro alto, outras vezes uma simples troca de acenos frios em festas de amigos comuns ou simples coincidências quotidianas. Um ou outro episódio menos elegantes, de ambos os lados.
E por aí ficaria a nossa estória em comum, caso não tivesse recebido uma mensagem de hi5 aqui há uns meses atras, ja eu me encontrava por estas terras catalãs. E a partir desse dia tudo foi diferente. Estranho voltar a conversar com a menina, mas bom, muito bom porque parecia que a intimidade nunca se havia ido e que a cumplicidade era algo que ja nos acompanhava há muitos anos sem interrupção. Voltámo-nos a encontrar nas ruas inclinadas do bairro que, há medida que as horas da noite vão passando parecem ainda mais inclinadas.
E depois? Não sei. A menina cresceu, eu cresci – ah ah ah ah ah, mas não tanto! Mas perolita, desculpa-me, mas é tao bom poder olhar para alguém com mais de 12 anos que é mais baixo do que eu, é tao raro!! – e mais não sei, melhor, sei mas não digo.
(e o resto fica para o próximo capítulo, porque há mais, ui, muito mais)
Por falar nisso, está combinada a super bock fresquinha para o dia em que chegar!